Contato com o autor: correiododanilo@yahoo.com.br Orientador: Adriana Marcondes Machado
Nível do Trabalho: Iniciação Científica
Introdução: Após articulações entre profissionais do Serviço de
Psicologia Escolar do IP/USP e supervisores de educação lotados na
Diretoria de Educação da Região do Butantã, a coordenadora dos
supervisores solicitou a participação do serviço num projeto de formação
de diretores das escolas públicas para auxiliar na compreensão e na
criação de estratégias para enfrentamento do que se toma como violência
escolar. Este projeto visa, ao participar da formação de diretores,
contribuir no desenvolvimento de procedimentos, em ações e reflexões,
para enfrentamento de dificuldades envolvidas no contexto de violência
escolar e sistematizar os saberes desenvolvidos. Métodos: A partir da
participação e do registro escrito houve seis encontros mensais, entre
abril e novembro de 2011, com os diretores das Escolas Municipais de
Ensino Fundamental da Região do Butantã. Este
trabalho sistematizará as reflexões dos procedimentos utilizados na
formação e das ações realizadas na escola. Aluno e orientador auxiliaram
na reflexão sobre estratégias de formação, necessárias nos encontros,
para que os diretores medeiem e instaurar diálogos sobre o tema
violência e convivência escolar nas respectivas escolas. Resultados e
discussão: A relação entre psicologia e educação operou historicamente a
patologização ao reduzir problemas escolares a fatores intrínsecos ao
sujeito [1]. Com o intuito de buscar formas de intervir nesse processo
foram desenvolvidas críticas, reflexões e estratégias de intervenção.
Uma criança encaminhada com um problema de aprendizagem requer um
trabalho com as relações nas quais esses problemas são produzidos.
Faz-se necessário desenvolver formas de acesso ao sofrimento do aluno,
na medida em que este sofrimento tem relação com que acontece na escola.
Considerações Finais: Os elementos constitutivos da violência são
múltiplos [2] e se apresentam nas histórias de violência dos espaços
escolares, interessando a nós as práticas do dia a dia presentes nessas
histórias. Num contexto com condições precárias de trabalho é comum
haver escolas com um coordenador por período para cerca de 800 alunos,
dificultando a atenção singular aos alunos que a solicitam. Assim,
brigas, agressões, xingamentos, sujeira, furtos, etc., não recebem um
cuidado para além da tentativa de solução imediata dada pela punição,
isto quando esta ocorre. Um aluno que, por engano, deixa o suco cair no
chão explicita um funcionamento diferente de um aluno que,
propositadamente, realiza esse gesto com raiva. A mesma orientação de
limpar o chão não abrange, portanto, as necessidades pedagógicas para
cada situação. As narrativas das experiências socializam as histórias
dos diferentes modos de vivenciar o cotidiano escolar, vislumbrando
outros modos de experimentar as relações vividas quando em contato com o
que há de comum nos relatos trazidos.
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